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Clima seco dificulta a colheita da Mandioca e preço sobe

O clima seco em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea tem reforçado as dificuldades em se avançar com a colheita da mandioca – em algumas praças, inclusive, verifica-se interrupção das atividades. Além disso, alguns mandiocultores já comercializaram todas as lavouras com mais de 15 meses (segundo ciclo) e não mostram interesse pela entrega daquelas mais novas. Do lado das indústrias, a demanda está firme. Esse cenário tem elevado a disputa pela matéria-prima e resultado em novas altas nos preços da raiz de mandioca.

Fonte: CEPEA.

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Agricultores do PR reduzem produção de mandioca com alta de custos

Agricultores do Paraná estão diminuindo a produção de mandioca diante do aumento de custos. O estado é o segundo maior produtor, depois do Pará.

O produtor Vanderley Foz de Oliveira, de Paranavaí, diz que, depois de mais de 30 anos cultivando a raiz, acumulou dívidas nas últimas safras e teve que vender bens e fazer financiamentos para continuar o plantio. Sua área de cultivo caiu 60%.

“Essa pandemia judiou muito a gente. Os insumos, o óleo diesel, o boia-fria. O arrendamento está super caro, está caro demais. Se não der um preço na mandioca, vamos tentar reduzir 50%”, diz Oliveira.

A Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca estima que a produção da raiz será 30% menor na safra 2021/2022.

Clique abaixo e confira matéria completa:

Fonte: Globo Rural

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Oferta de mandioca diminui e sustenta cotações

Parte dos agricultores que já finalizou a semeadura do milho se mostra interessada na comercialização de mandioca. Porém, muitos já diminuíram o ritmo das entregas, seja pelo clima mais seco ou até mesmo por considerarem que os atuais patamares de preços da raiz não remuneram a atividade. A demanda pela matéria-prima, por sua vez, foi menor ao longo da semana passada.

Levantamento do Cepea mostra que, entre 29 de março e 1º de abril, o valor médio a prazo da mandioca posta fecularia foi de R$ 412,85/tonelada, alta de 0,35% em relação à da semana anterior. Ainda assim, a média de março ficou 17,4% inferior à de março/20, em termos reais (valores corrigidos pelo IGP-DI).

Fonte: Cepea

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Mandioca: Com oferta ampla e demanda fraca, cotações em reais estão 19% mais baixas que no mesmo período em 2020

De acordo com informações de Fábio Isaias Felipe, o mercado da mandioca passa por um período de pressão nas cotações. Os dados mostram que, em reais, o preço da mandioca está 19% mais baixo que o mesmo do ano passado.

“Esse cenário começa a se desenhar de fato no último trimestre do ano passado, quando tivemos um aumento expressivo na oferta de mandioca. Na virada do ano, esse cenário continuou. Então desse modo, houve uma oferta bastante expressiva na indústria, exceto em janeiro que os trabalhos no campo foram diminuídos por conta da questão climática, mas a partir de fevereiro a oferta veio bastante elevada”, comenta

O setor observou ainda um recuo na demanda, que acabou não sendo compensado pelo segmento industrial. “Então do lado a gente tem uma oferta crescente de matéria prima e por outro lado a gente tem uma demanda um pouco mais retraída pelos derivados”, acrescenta.

O pesquisador alerta ainda que o período de preços baixos preocupa para a próxima safra, que deve ter o início do plantio entre maio e setembro. Segundo ele, o produtor tem observado a rentabilidade de outras culturas, sobretudo no centro-sul do Brasil. “Isso pode ter algum impacto negativo na área que vai ser plantada esse ano, e tendo esse cenário de preços baixos e preços bastante favoráveis em outras culturas, temos  uma pressão sobre a área ser plantada”, diz.

 

Fonte: O nortão

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Nova geração do Agronegócio cria startups para unir campo e tecnologia

Os filhos de produtores rurais que saem do campo para estudar e depois voltam para as fazendas, trazendo tecnologias e ferramentas de gestão, não se destacam apenas ao assumir o comando das propriedades da família. Esses jovens também estão criando startups voltadas ao agronegócio, oferecendo soluções para problemas que conhecem de perto.

A catarinense Horse Machine, por exemplo, foi fundada por Guilherme Kieling e Cleomar Matuchaki e cria máquinas que ajudam nas colheitas de pequenas propriedades da Região Sul do País.

Já a mineira Mariana Vasconcelos, da Agrosmart, coleta e analisa dados para irrigação de plantações. Eduardo Rezende, também do interior de Minas, desenvolveu com a Agrosolutions um sistema de gerenciamento de propriedades rurais. No caso do gaúcho Elias Sgarbossa, da Z2S Sistemas, do Rio Grande do Sul, a ideia foi criar um sistema que automatiza a limpeza de ordenhadeiras.

Segundo pesquisa da Agtechgarage, as startups voltadas para o campo se concentram em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. E a maioria oferece serviços de suporte à agricultura de precisão (como dados que ajudam o produtor a definir a quantidade de defensivos a ser aplicada), internet das coisas (IoT) e gestão agrícola.

Com os resultados positivos do agronegócio, mesmo depois da pandemia do novo coronavírus e em um momento de crise para os demais setores, as pessoas estão digitalizando suas fazendas. Mas alguns clientes também sentiram os impactos da covid-19. “Por mais que o produtor tenha segurado a receita e tenha tido um aumento da produtividade, muitos investimentos para inovação acabaram sendo represados”, avalia Rezende.

Ainda assim, esses empreendedores sentem que há um aumento no número de jovens iniciando negócios no campo e que o interesse das novas gerações em desenvolver projetos de tecnologia sinaliza a força do agronegócio. A seguir, algumas dessas histórias.

“Muita fazenda não se vê como empresa”

Eduardo Rezende, de 35 anos, é filho e neto de produtores de café, eucalipto e criadores de gado no interior de Minas Gerais. Cresceu na fazenda, mas com um pé na tecnologia. Ele chegou a morar em grandes cidades antes de voltar ao campo, mas via desde cedo que uma das principais barreiras, em um contexto de aumento da competitividade, era a baixa profissionalização da gestão das propriedades.

Quando criou a startup Agrosolutions, há seis anos, empresa que oferece um sistema de gestão agrícola para os produtores rurais, ele, que é formado em ciência da computação, já mirava nas próximas gerações do campo, por perceber que a sucessão familiar e o aumento da participação dos filhos de proprietários no cotidiano das fazendas fariam crescer também a demanda por tecnologia.

Além de ser um exemplo desse movimento, ele vê na prática que as propriedades rurais estão se digitalizando impulsionadas pela nova geração. “Muitas fazendas ainda têm uma estrutura muito familiar, não é como uma empresa, em que a parte financeira e contábil, por exemplo, são organizadas. Tudo acaba ficando na mão do produtor, que na maior parte das vezes não tem familiaridade com tecnologia. E é preciso melhorar a conectividade no campo.”

Mas ele lembra que também está aumentando o perfil de produtores que se interessam por implementar outras técnicas de inovação em suas terras, como o uso de drones e de análise de solo por geolocalização, e esse é o público-alvo das startups voltadas para o agronegócio.

Com a tecnologia cada vez mais presente no cotidiano das fazendas, a gestão agrícola deve ganhar espaço. E em vez de tentar convencer o produtor mais velho, Rezende foca no produtor mais jovem que busca por ferramentas para aumentar a eficiência. “No começo, era difícil explicar os ganhos de produtividade que a gestão agrícola trazia a alguns produtores mais tradicionais. Com o aumento de participação das gerações mais jovens na tomada de decisões, tem ficado mais fácil vender o nosso serviço.”

Ao adotarem um sistema de gestão agrícola, as propriedades conseguem organizar processos internos, evitar a perda de produtos no estoque, fazer um controle melhor de pedidos de insumos e defensivos e ter ganhos de precisão. A fazenda é enxergada como uma empresa convencional, e o sistema controla desde o recebimento de produtos até o controle de manutenção das máquinas.

No caso de Rezende, a propriedade da família foi o campo de provas da plataforma. Hoje, ele presta serviço para 60 fazendas, de agricultores de café a pecuaristas. “Mas a demanda é muito maior. Nem 5% das propriedades hoje têm um sistema de gestão. Mas nos próximos anos, conforme as novas gerações forem assumindo o controle das fazendas, as plataformas vão ganhar espaço. Ainda há muito chão a percorrer para a tecnologia no agro.”

“Tecnologia 4.0 também cabe no agronegócio”

Crescendo em uma família de produtores de milho e de pastagens, Mariana Vasconcelos, de 29 anos, viu de perto o aumento da demanda por tecnologia no campo. “E o produtor hoje, além dos problemas corriqueiros, tem de lidar com o desafio de ao mesmo tempo ter de aumentar a produção de alimentos e contornar a falta de água e as mudanças climáticas”, diz.

Mariana lembra que o clima sempre foi uma das principais preocupações do produtor rural – desde a infância, ela ouvia os pais reclamarem da chuva que veio de surpresa ou do tempo seco mais longo do que se esperava. Além disso, o uso de dados para implementar práticas sustentáveis na lavoura era quase ficção científica.

“Cresci no campo, acompanhando meu pai, que é produtor no sul de Minas Gerais. As dificuldades na hora de tomar uma decisão são muitas e o caminho era sempre o de confiar na intuição ou observar o que o vizinho estava fazendo”, conta.

Ao se formar em administração, ela passou a se perguntar como trazer mais tecnologia para a propriedade dos pais e para o círculo social deles. “Por que a gente não usa as tecnologias 4.0 para o agronegócio? O setor de tecnologia ainda tem muito a evoluir no País, mas o Brasil é autoridade no agronegócio. A intenção era juntar esses dois mundos.”

Ela, que foi reconhecida em listas de jovens de destaque, como a de talentos com menos de 30 anos da revista

Forbes, é uma das fundadoras da Agrosmart, startup que oferece serviços de agricultura de precisão, como estudo de solo e clima para aumentar a eficiência da propriedade e reduzir custos. “Por muito tempo, cultivou-se a ideia de que a vida melhor estava na cidade e o importante era estudar para sair do campo. Isso está mudando.”

Fundada em 2014, a empresa atende cerca de 800 mil hectares ou mais de 4 mil produtores. Com o serviço, que é oferecido a partir de R$ 99 por mês, algumas fazendas conseguiram reduzir em até 60% o uso de água, 40% o de insumos e aumentar a produção em até 20%.

“Meu futuro estava na cidade, mas isso mudou”

Quando o filho de ex-criadores de gado e produtores de grãos Elias Sgarbossa, de 28 anos, começou a faculdade, a ideia era não voltar para o campo, relembra o gaúcho de Ibiraiaras. “Até meus pais diziam que a atividade rural era muito sacrificante, sem descanso e que dava pouco lucro. O futuro parecia estar na cidade. Mas, aí, tudo mudou.”

Ele conta que, já no começo da graduação, percebeu que poderia aplicar na propriedade da família o conhecimento técnico que estava recebendo e ajudar o pai a rever métodos de trabalho, aumentar a produtividade e a lucratividade – e ainda vender soluções para outros produtores da região.

A família tinha muito trabalho com a limpeza dos equipamentos de ordenha, feito duas vezes por dia. O processo levava em torno de 30 minutos e era preciso cumprir diferentes parâmetros, como a temperatura da água e a quantidade utilizada de detergente.

O engenheiro desenvolveu, então, um sistema que automatiza a limpeza das ordenhadeiras. “Era preciso ter uma limpeza eficiente, para que a qualidade não caísse e evitar uma queda no preço cobrado pelo leite.” Há cinco anos, ele protocolou o pedido de patente do protótipo e criou a startup Z2S Sistemas, com ajuda de um professor e de um colega da faculdade.

“Era um problema crônico de vários pequenos e médios produtores. Já existiam soluções para isso, mas que não eram totalmente automatizadas. Em algum momento, o produtor precisava estar lá durante o procedimento para acompanhar a limpeza. Com o nosso sistema, a limpeza é automática.”

A propriedade da família serviu de teste para o equipamento, e a contagem bacteriana total (CBT) do leite, que é um dos indicadores de qualidade, baixou de 40 mil para 2 mil. Com esse resultado, os produtores passaram a receber R$ 0,06 a mais por litro. O processo completo de limpeza passou a ser feito em 20 minutos e a startup de Elias, que já tem três equipamentos instalados, agora está em processo de captar investimentos.

“Família foi cobaia dos nossos equipamentos”

Ofilho de pecuaristas gaúchos Guilherme Kieling e o catarinense Cleomar Matuchaki, filho de produtores de tabaco, tinham em comum o objetivo de criar tecnologia a um custo baixo o suficiente para caber no bolso de pequenos agricultores.

“A propriedade da família é pequena. E, desde cedo, sempre ouvia que tinha de estudar, para poder sair do campo”, diz Kieling. “Sempre fui curioso e me interessei por máquinas. Daí, me perguntei: será que posso transformar isso em um negócio útil para o produtor?”

Com esse objetivo, eles fundaram há pouco mais de um ano a startup Horse Machine no interior de Santa Catarina, que desenvolve máquinas voltadas especialmente para os pequenos produtores de frutas – um público expressivo na região. A empresa é parte de uma incubadora local e se prepara para captar investimentos fora.

“Existe uma grande oferta de tecnologia para os grandes proprietários. Mas os pequenos não têm acesso a esses equipamentos. Nosso objetivo era melhorar a oferta para esses pequenos agricultores que têm problemas parecidos com os dos nossos pais”, diz Kieling.

Ele conta que começou a testar as primeiras máquinas há pouco mais de dois anos. “Amigos do interior e a própria família foram as cobaias. A partir delas, íamos fazendo ajustes e divulgando o produto.”

Hoje, são mais de 20 modelos projetados, sendo quatro tipos de máquinas que ainda não eram oferecidas aos produtores. Esses equipamentos ajudam na cultura da maçã, forte na região de Criciúma e São Joaquim, no interior catarinense.

“Era uma cultura que a gente não conhecia de perto, mas nos aproximamos de produtores locais, que nos contavam as demandas que tinham. Uma das máquinas, por exemplo, coleta os galhos, o que era feito manualmente, de forma lenta.”

O trabalho que levava uma manhã inteira, agora é concluído em uma hora. Uma das empilhadeiras é vendida por um quarto do preço de uma convencional e as máquinas deles, que custam a partir de R$ 2 mil, estão operando em mais de cem propriedades.

Fonte: InfoMoney.

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Mesmo com oferta restrita, preço da Mandioca se mantêm em baixa

Parte dos agricultores passou a priorizar a colheita da soja ou a semeadura do milho em algumas regiões, e os mandiocultores que cultivam as raízes em áreas próprias diminuíram o ritmo das entregas por conta dos preços atuais, que não têm remunerado como o esperado, segundo esses agentes consultados pelo Cepea. Como resultado, a oferta esteve limitada nos últimos dias, visto que somente os produtores que ainda têm áreas arrendadas a entregar nos próximos dois meses focaram na colheita da raiz. Mesmo assim, os preços continuam em queda. Entre 15 e 19 de março, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 407,41 (R$ 0,7085 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), baixa de 2,3% na comparação com a da semana anterior. A média atual está 18,9% menor que a do mesmo período de 2020, em valores atualizados (deflacionamento pelo IGP-DI de fevereiro/21)

Fonte: Cepea.

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Pesquisadores desenvolvem Tapioca colorida rica em vitamina A

Alimento típico nas regiões Norte e Nordeste, a tapioca se tornou popular na mesa de brasileiros de todo o país nos últimos anos, passando a integrar, inclusive, o cardápio da merenda escolar em várias instituições públicas de ensino. Mas como tornar essa iguaria, rica em amido, também rica em micronutrientes?

Foi buscando uma solução para essa pergunta que pesquisadores do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram uma pesquisa que virou tema da tese de doutorado, defendida no último mês de fevereiro, da tecnóloga de alimentos Gisleânia Parente, do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA/CTDR).

O intuito do estudo, dividido em três etapas, foi oferecer mais uma opção para a merenda nas escolas, com uma tapioca fortificada que chama mais a atenção do público infantil por ser colorida. Professora do PPGCTA e coorientadora da pesquisa, Ana Luísa Braga explicou que a ideia de tornar a tapioca mais nutritiva começou no CTDR em 2014, com projetos para fortificação de alimentos regionais.

Na época, o alimento foi enriquecido com micropartículas de ferro, elemento cujo deficit é comum em crianças em vulnerabilidade social, bem como o deficit de vitamina A. “A tapioca é um alimento que a criança consome e que tem amido, que absorve bem micronutrientes. Então fortificar as crianças por meio da merenda escolar é uma forma eficaz de compensar esse deficit de vitamina A”, explicou a professora.

A autora da tese contou que, inicialmente, foi realizado um estudo para caracterização da goma e das melhores condições de produção da goma da tapioca. Foi, então, proposta uma definição científica da tapioca e suas características, classificação que ainda não existia na literatura acadêmica.

Além da proposta inovadora da definição científica do que é tapioca, outro resultado inovador está relacionado ao estudo dos sistemas com alta concentração de amido. “Até hoje, ninguém no mundo, em termos de literatura científica, conseguiu estudar sistemas de amido com mais de 25% de amido, e nós fizemos isso com a tapioca, que tem entre 40 e 45% de amido”, acrescentou a coorientadora do estudo.

Numa segunda etapa da pesquisa, que faz parte do programa de internacionalização do CTDR, ocorreu a caracterização da goma de tapioca, em parceria com a Universidade de Minessota, nos Estados Unidos, e com o Departamento de Engenharia de Materiais da UFPB, por meio do pesquisador Sandro Marden, que hoje preside a Agência UFPB de Cooperação Internacional.

Em uma terceira e última etapa da pesquisa, foi desenvolvida uma micropartícula de carotenoides (que se transformam em vitamina A), a partir do suco da cenoura, que foi aplicada à goma de mandioca, resultando, assim, em uma tapioca fortificada com carotenoides, que pode contribuir para a redução da deficiência em vitamina A. “O suco é perecível, então como estraga rápido, a indústria precisaria de espaço para armazenar esse suco. Então, foi transformado em pó, por meio de uma tecnologia aplicada que vai facilitar a produção em pequena escala”, explicou a autora Gisleânia Parente.

De cor alaranjada, a tapioca produzida na pesquisa não apresentou mudanças nas propriedades a que os consumidores estão acostumados. A textura e a elasticidade permaneceram iguais, mas a permanência do sabor característico não foi objeto de estudo da pesquisa.

Com o estudo, a intenção é tornar a produção de goma de mandioca fortificada uma tecnologia social que seja amplamente utilizada, não apenas por grandes indústrias mas também por pequenas empresas e cooperativas. De acordo com a autora, o estudo contribui para gerar redução de custos e do tempo na produção da tapioca, em virtude da utilização de menos água no processo de adição de água ao amido da mandioca.

“Esse estudo fornece base sistemática para que a indústria e a fabricação artesanal de goma de mandioca possam padronizar a elaboração da mesma com quantidade ideal de água adicionada e menor tempo de produção”, informou Gisleânia.

O desenvolvimento das micropartículas de carotenoide está em processo de patenteamento junto à Agência de Inovação Tecnológica da UFPB (Inova). A comercialização do invento atende às áreas de Tecnologia de Alimentos e de Gastronomia, podendo interessar a empresas que desenvolvem micropartículas ou a produtores de goma de tapioca, por exemplo.

Fonte: WSCOM.

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Produtor segue intensificando a colheita de Mandioca e preços continuam em queda

Agricultores continuam intensificando a colheita de mandioca em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, devido à necessidade de liberação de áreas ou para se capitalizar. Na semana passada, os trabalhos no campo foram favorecidos pelas boas condições climáticas, e a oferta voltou a crescer. Ao mesmo tempo, a demanda de parte da indústria de fécula para moagem aumentou.

No geral, porém, as cotações seguem pressionadas, visto que a oferta tem se sobressaído à procura. Na semana passada, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 416,81 (R$ 0,7249 por grama de amido), queda de 1,9% frente ao período anterior, a quinta baixa semanal consecutiva.

Fonte: CEPEA

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Agronegócio cresce 24,3% em 2020 e responde por mais de um quarto do PIB do Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio teve uma expansão recorde de 24,31% em 2020, informou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta quinta-feira (11), em nota.

Com esse resultado, o setor ampliou para 26,6% sua participação no PIB total do país no ano passado, contra 20,5% em 2019.

O PIB calculado pela CNA e o Cepea leva em conta o movimento de toda a cadeia do setor: produção dentro da porteira, insumos, agroindústria e serviços.

Já o calculado pelo IBGE considera somente a produção dentro das fazendas. Este foi divulgado na semana passada e mostrou expansão de 2% da agropecuária.

Alta por segmento

Tanto a cadeia produtiva da agricultura quanto da pecuária tiveram expansões expressivas em 2020, avançando 24,2% e 24,56%, respectivamente, impulsionadas por uma alta de preços e safras recordes.

Todos os segmentos da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro no geral tiveram alta em 2020:

  • Setor primário – atividade dentro das fazendas (+56,59%);
  • Agrosserviços (+20,93%);
  • Agroindústria (+8,72%);
  • Insumos (6,72%).

“O desempenho do PIB do agronegócio reflete a evolução da renda real do setor, em que são consideradas as variações tanto de volume quanto de preços reais”, informou a CNA.

Entretanto, CNA e Cepea ressaltam que, apesar do resultado recorde do PIB no ano passado, a cadeia produtiva agrícola ainda se recupera de um cenário adverso de anos anteriores.

Quando se considera o cenário dentro das fazendas, por exemplo, a renda real recuou 20% de 2017 a 2019, apesar do crescimento de 20% da produção no mesmo período, devido a preços.

O uso intenso de venda antecipada de grãos também contribuiu para que a maior parte dos produtores não se beneficiasse plenamente da forte alta dos preços ao longo de 2020, afirmou a entidade. Além disso, houve elevação dos custos de produção.

Em relação ao ramo pecuário, a elevação dos preços das proteínas animais em relação a 2019 e a expansão da produção e do abate de suínos e aves e da oferta de ovos e leite refletiram o resultado do ano passado no PIB.

“Mas o forte aumento nos custos de produção afetou negativamente as margens dentro da porteira e na agroindústria”, disse a nota.

O indicador para o PIB dentro da porteira, do IBGE, deverá voltar a crescer este ano, com a CNA projetando aumento de 2,5% sobre 2020.

Fonte: G1

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Nova técnica aumenta em dez vezes a produção de mudas de Mandioca

Uma nova técnica de multiplicação de mudas de mandioca a partir de gemas foliares — formações iniciais de um ramo da planta — é a inovação desenvolvida pela Embrapa para ajudar os produtores no enfrentamento de um dos mais antigos e comuns problemas relacionados a esse cultivo: a escassez de manivas (pedaços de 20 centímetros do caule usados como mudas). A substituição do caule pela folha na produção de mudas pode aumentar em dez vezes a produção em comparação aos sistemas tradicionais de cultivo.

O melhorista da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) Eder Oliveira, responsável pelo desenvolvimento da nova técnica, explica: “Cada folha tem uma gema imatura com potencial para gerar uma nova planta e cada haste tem entre 30 e 40 gemas. Como podem acontecer quatro ciclos por ano, uma única haste pode produzir cerca de 160 mudas. Comparando com os sistemas tradicionais, em que a reprodução é na proporção de 1/5 ou 1/10, dependendo da região e do manejo, a produção com a técnica de gemas foliares pode chegar a praticamente 1/100, ou seja, dez vezes mais que o sistema convencional”.

O experimento foi realizado em casa de vegetação, com equipamentos e materiais simples que agricultores com relativa sofisticação conseguem utilizar. “A ideia era simplificar ao máximo para que a maioria dos produtores pudesse ter acesso à tecnologia. Do ponto de vista do controle de patógenos, começamos a associar alguns defensivos que já tinham efeito protetor observado em outro projeto, e o resultado foi bastante interessante. Conseguimos obter mais de 80% de germinação usando gemas foliares imaturas”, declara Oliveira. Ele lembra que cuidados em relação à infraestrutura mínima e à umidade do espaço são muito importantes também, principalmente na primeira semana.

A inovação apresenta ainda como benefícios à produção de mandioca: possibilidade de vários ciclos anuais; baixo custo de produção, com o uso de insumos e infraestrutura simples; e a multiplicação de novos clones de forma precoce. Com isso, contribui para solucionar um dos problemas relacionados ao plantio comercial, que é a multiplicação lenta e em taxas reduzidas. Outras questões que podem ser favorecidas com a nova técnica são a baixa adoção, por parte dos produtores, de variedades melhoradas pela pesquisa; e a pouca qualidade fitossanitária do material de plantio, que é frequentemente atacado por doenças que afetam a produtividade da lavoura.

Experimentos no Brasil e na África confirmam bom desempenho da tecnologia

A técnica foi testada em grande escala pela primeira vez na multiplicação da BRS Novo Horizonte, variedade lançada pela Embrapa em 2018, alcançando números bastante expressivos nos ciclos de produção. Com ela, a área de plantio na propriedade parceira, localizada no município de Laje, no Recôncavo Baiano, cresceu de um hectare em 2017 para oito hectares em 2018 e 120 hectares em 2019.

Experimentos estão sendo realizados também na África, em áreas do International Institute of Tropical Agriculture(IITA), na Nigéria; do National Crops Resources Research Institute (NaCCRI), em Uganda; e do Tanzania Agriculture Research Institute (Tari). Essas instituições são parceiras no projeto “NextGen Cassava: melhoramento genético de mandioca de próxima geração”, financiado pela Universidade de Cornell (EUA) e Fundação Bill & Melinda Gates, com o objetivo de aumentar a taxa multiplicação da mandioca, uma cultura fundamental para a segurança alimentar e subsistência em toda a África. “Esses três parceiros têm interesse no uso da técnica não somente para ações de melhoramento, mas também para ações de multiplicação rápida do material”, afirma Oliveira.

Para realizar o trabalho, o pesquisador contou com o auxílio da bióloga Reizaluamar de Jesus Neves, bolsista da Embrapa Mandioca e Fruticultura. O assunto terminou se tornando o tema da sua dissertação de mestrado em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), defendida em 2017.

Reiza destaca como um dos pontos-chave para o sucesso da técnica a mistura de substratos no tubete onde as mudas foram colocadas, cuja porcentagem ideal foi obtida depois de diversos testes. “A parte de cima do tubete era só suporte com areia lavada e vermiculita, um substrato mais leve, para ela emitir raiz. À medida que essa raiz ia se desenvolvendo, ela começava a atingir a parte de baixo do tubete, onde colocamos um substrato mais nutritivo, com terra vegetal e adubo, por exemplo. Dessa forma, não aconteceu o fator estressante de retirar a muda da areia lavada para depois plantar em outro tubete com outro substrato”, explica.

O horário da coleta do material também se mostrou importante. “Na literatura, se fala em tempo fresco, mas o que percebemos é que, além de fresco, o ideal é das 5h30 até as 8h30. Também se recomenda o fim da tarde, mas como a planta passa o dia todo no estresse do sol, vimos que o resultado é melhor no início das manhãs”, relata.

O pesquisador da Embrapa acrescenta que “no início o material é bastante sensível e precisa de muita umidade. A gema foliar envolve o pecíolo (parte do sistema foliar da mandioca que liga o caule à folha) com a folha, que é cortada em 50% com a gema. Precisamos garantir que esse pecíolo com essa folha se destaque da brotação o mais tardiamente possível. Se ele se destacar da geminha que fica no substrato, praticamente se perde a muda. Esse é o grande segredo”.

A opinião do setor produtivo

Segundo o engenheiro-agrônomo e empresário Manoel Oliveira, hoje à frente da Prime Soluções Agrícolas, em parceria com a Podium Alimentos, a técnica superou as expectativas. “Hoje temos 90% da área com a BRS Poti Branca e boa parte disso foi produzida via gemas foliares. É uma técnica muito simples de implementar e com taxa de multiplicação muito boa, que eu indico fortemente”, confirma.

As trocas de informações com a equipe da Embrapa levaram a ajustes durante o experimento, principalmente em relação à umidade. “Em termos práticos, o sucesso depende da mão-de-obra e do controle regular de umidade para diminuir a desidratação do material, ainda muito tenro e sensível. No nosso caso, apesar de não fornecer características de alta produtividade de raízes, a técnica cumpriu plenamente a função de produzir material de plantio. Depois, adensamos o espaçamento para produzir mais mudas, que era o nosso objetivo principal”, explica.

Na Embrapa, a câmera de nebulização que mantém a umidade na casa de vegetação foi regulada entre 60% e 70%. Quando a umidade do ar reduzia, um mecanismo automático ligava o processo de nebulização e fornecia a umidade adequada às mudas. Na área do parceiro, o trabalho foi muito mais simples, comprovando ser acessível ao pequeno produtor. O sistema de aspersão em telado manteve a umidade no período inicial e ficou entre 60% e 70% de germinação, com menos custos.

Recuperação de plantas

Além da importância econômica na produção de mudas em escala comercial, vale salientar o uso da técnica dentro da própria atividade científica, retroalimentando todo o processo de pesquisa. Além dos experimentos realizados no campo experimental da instituição e na área do parceiro, a produção de mudas por gemas foliares foi usada na recuperação de acessos do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Mandioca — coleção com amostras de plantas que visa conservar e preservar a ampla variabilidade genética desses materiais para estudos atuais e futuros — do campo do centro de pesquisa.

O espaço é o maior BAG do País e o segundo maior da América Latina, reunindo 1.271 acessos provenientes de vários ecossistemas, constituindo a base de programas de melhoramento genético da cultura para o Brasil e para outros países da América Latina e da África que têm condições ambientais similares. Além dos acessos no campo, o BAG também está conservado em laboratório.

Novos desafios à frente

O pesquisador acredita que a técnica pode ser aperfeiçoada e, por isso, se lançou a um novo desafio. “Ter chegado a 80% de germinação é um índice fantástico, mas quero alcançar 90% e fazer com que essas mudas cresçam ainda mais rapidamente do que hoje”, pontua.

A evolução passa por um kit de nutrientes e fitohormônios que devem ser usados antes de a muda ir ao campo e que está em fase experimental, já com alguns resultados interessantes. “A meta da continuidade desse trabalho é fazer com que as plantas cresçam mais rápido e que, com 30, 35, dias possam ir para o campo e alcançar 90% de germinação”, espera.

Fonte: Embrapa

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